sábado, 27 de outubro de 2012

LIVRO: Moonwalk - Capítulo 01




Eu sempre quis contar histórias, sabe, histórias que viessem direto da alma. Gostaria de sentar perto de uma lareira e contar histórias às pessoas – fazê-las verem coisas, fazê-las rirem e chorarem, levá-las a qualquer lugar emocionalmente com algo tão simples como as palavras. Gostaria de descrever contos para mover suas almas e transformá-las. Eu sempre quis poder fazer isso. Imaginem como os grandes escritores devem se sentir, sabendo que têm esse poder. Há vezes que eu sinto que consigo. É algo que eu gostaria de desenvolver. De certo modo, compor músicas utiliza as mesmas habilidades, cria os mesmos altos e baixos emocionais, mas a história é só um rascunho. Há muito pouco poucos livros escritos sobre arte de contar histórias, sobre como prender a atenção de um ouvinte, como juntar um grupo de pessoas e alegrá-las a qualquer lugar, transformar suas vidas, nem que seja só por uns minutos.

Para começar a contar minha história, eu quero repetir o que eu sempre digo as pessoas quando me perguntam sobre os meus dias no Jackson 5: eu era muito novo quando comecei a trabalhar com música e eu não lembro de muita coisa. Muitas pessoas têm o luxo de iniciar a carreira quando elas já são crescidas o suficiente para saberem exatamente o que estão fazendo e por quê. Mas eu tinha só cinco anos. Quando você e uma criança em meio ao show business, você realmente não tem a maturidade pra compreender a verdadeira cena que acontece a sua volta. As pessoas tomam muitas decisões a respeito de sua vida quando você está do lado de fora da sala. Então isso é o que eu me lembro. Eu me lembro de cantar o mais alto que minha voz alcançava, dançando com muita vontade e trabalhando demais para uma criança. Mas é claro, têm muitos detalhes que eu não me recordo. Eu me lembro do Jackson 5 decolando ao sucesso quando eu tinha apenas oito anos ou nove anos.

Eu nasci em Gary, Indiana, em uma tarde noite de verão de 1958, como o sétimo dos nove filhos dos meus pais. Meu pai, Joe Jackson, nasceu em Arkansas e, em 1949 casou com minha mãe , Katherine Scruse, cujo parentesco vem de Alabama. Minha irmã Maureen nasceu no ano seguinte e teve a árdua tarefa de ser a mais velha. Jackie, Tito, Jermaine, LaToya e Marlon foram os próximos. Randy e Janet vieram depois de mim.


Uma parte das minhas memórias é o meu pai, com seu emprego em uma fábrica de aço. Era um trabalho duro e cansativo por isso ele tocava música para espairecer. Ao mesmo tempo, minha mãe trabalhava em uma loja de departamento. Por causa de meu pai e pelo amor que minha mãe tinha a música, nós ouvíamos o tempo todo em casa. Meu pai e seu irmão tiveram um grupo chamado The Falcons, que era uma banda local de R&B. Meu pai tocava guitarra, assim como seu irmão. Eles tocavam grandes hits de rock e blues do Chuck Berry, Little Richard, Otis Redding, vários. Todos aqueles estilos eram incríveis e tiveram grande influência em Joe e em nós, apesar de que éramos muito jovens para reconhecer isso. The Falcons ensaiavam na nossa sala de estar na casa de Gary, assim eu fui crescendo em meio a R&B. Já que nós éramos nove crianças e o irmão do meu pai tinha oito filhos, nos tornamos uma enorme família. A música era que nós fazíamos por entretenimento e meio que encorajou meu pai a ser um pai de família decente. O Jackson 5 nasceu desta tradição – mais tarde nos tornamos The Jackons – e devido a este treino e a tradição musical, eu sai do grupo e estabilizei um som somente meu.

O que eu me lembro da minha infância é só trabalho, apesar de que eu amava cantar. Eu não fui forçado a entrar neste ramo pelos meus pais, como foi Judy Garland. Eu entrei porque eu gostava e porque já era natural de mim puxar e axalar o ar com facilidade. Eu entrei porque eu fui obrigado, mas não pelos meus pais ou família, e sim pela minha intimidade no mundo da música.

Houve vezes, quero deixar bem claro, que eu chegava da escola e eu só tinha tempo de largar os meus livros e já ir até o estúdio. Lá, eu cantava até tarde da noite, até depois do horário de dormir, mesmo. Tinha um parque atravessando a rua do estúdio da Motown, e eu me lembro de ficar olhando as crianças brincando. Eu só observava e pensava – não conseguia imaginar aquela liberdade, aquela vida sem preocupações – e queria, mais do que tudo, que eu tivesse aquele tipo de liberdade, que eu pudesse caminhar e ser como eles. Por isso, houve momentos tristes na minha infância. Isso acontece a qualquer criança-astro. Elizabeth Taylor me disse que ela se sentia do mesmo jeito. Quando você é jovem e trabalha, o mundo pode parecer horrível injusto. Não fui forçado em ser o pequeno Michael, o vocalista principal – eu era e amava – mas era um trabalho duro. Se estivéssemos gravado um álbum, por exemplo, nós íamos ao estúdio logo depois da escola e talvez eu comesse um lanche. Às vezes, nem dava tempo. Eu voltava pra casa, exausto, e já seria onze horas ou meia-noite, passando da hora de dormir.

Por isso, eu me identifico muito com as pessoas que trabalharam quando crianças. Eu sei como se esforçaram, quanto se sacrificaram. E também sei o que aprenderam. Eu aprendi que isso se torna cada vez mais u desafio maior conforme você envelhece. Eu me sinto velho por alguma razão. Eu realmente me sinto com uma velha alma, um alguém que já viu muito e experienciou muita coisa. Por causa de todos os anos que já passaram, é difícil acreditar que eu tenha apenas vinte e nove anos. Eu estou no ramo há vinte e quatro anos. Tem vezes que eu sinto que eu deveria estar perto do fim da minha vida, já com oitenta, com pessoas me dando palmadinhas nas costas. É isso que acontece quando se começa jovem demais.



Quando comecei a me apresentar com meus irmãos, éramos conhecidos com The Jacksons. Depois nos tornaríamos o Jackson 5. Mesmo assim, depois de sair da Motown, adotaríamos novamente o nome The Jacksons.

Cada um dos meus álbuns e dos álbuns do grupo foram dedicados a nossa mãe, Katherine Jackson, desde que tomamos controle de nossas carreiras e começamos a produzir nossa própria música. Minhas primeiras lembraças são dela me segurando e cantando canções como “You Are My Sunshine” e “Cotton Fields.” Ela cantava muito pra mim, meus irmãos e irmãs. Mesmo que ela tenha morado em Indiana por um tempo, minha mãe cresceu em Alabama, e nessa parte do país é tão comum os negros crescerem com música do interior ou country tocando na rádio quanto irem ouvir os espirituais na igreja. Ela gosta do Willie Nelson até hoje. Ela sempre teve uma linda voz e eu suponho que eu tenha puxado a habilidade de cantar da minha mãe e, é claro, de Deus

Mamãe tocava clarinete e piano, e ensinou a minha irmã mais velha, Maureen, que chamamos de Reebie, a tocar, assim com ensinou também minha outra irmã mais velha, LaToya. Minha mãe já sabia, desde nova, que jamais iria apresentar a música que ela amava na frente dos outros, mas não porque ela não possuísse talento ou habilidade, e sim porque ela teve poliomielite quando criança. Ela superou a doença, mas não sem mancar permanentemente ao andar. Ela perdeu uma grande parte da escola, quando criança, mas sempre nos disse que ela teve sorte em se recuperar da doença que matava muitos na época. Eu me lembro como foi importante pra ela quando conseguimos a vacina de cubos de açúcar. Ela fez até a gente perder um show de uma tarde de sábado – era esse tanto importante em nossa família.

Minha mãe sabia que a poliomielite não era uma maldição mas um teste que Deus lhe deu para que ela superasse, e ela me instigou um amor por Ele que eu sempre terei. Ela me ensinou que meu talento para cantar e dançar era trabalho de Deus, assim como um lindo pôr-do-sol ou uma tempestade que deixa neve para as crianças brincarem. Ignorando o tempo que nós passamos viajando e ensaiando, mamãe sempre arranjava um tempo pra me levar para o Hall do Reino das Testemunhas de Jeová, geralmente com Rebbie e LaToya.



FONTE: Todos os direitos da tradução reservados a DANIEL JACKSON e o FORUM NEVERLAND.

11 comentários:

  1. Cadê parte 2, cadê, cadê? Obrigada por compartilhar algo de tão especial, que iniciativa linda! Sei que é trabalhoso, mas está me fazendo bem!

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    1. Oi Milly estarei postando o próximo capitulo amanhã :) não se preoculpe ainda tem muito pela frente serão 20 capitulos!!!

      Como vc disse é trabalhoso mais é gratificante :)

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  2. Oi, boa tarde.

    Sou Wendy, do blog Michael Jackson Human Nature e gostaria de dizer que a tradução do livro Moonwalk, de Michael Jackson foi feita por mim, na íntegra.

    Para fazer a tradução, disponibilizei de muito tempo e muita dedicação. Não é nada fácil fazer uma tradução dessa, é um trabalho árduo, que deve ser levado com extrema responsabilidade, pois é a tradução das palavras de uma outra pessoa, no caso, Michael Jackson.

    Não foi deixado nada de fora nessa tradução, nem uma linha foi deixada de lado na tradução, inclusive o pósfácio, que a editora fez em 2009.

    O livro tem 6 capítulos e, se vocês vão colocar na íntegra aqui, ainda tem muito material e, portanto, mais de 300 páginas de um livro que me dispus a traduzir.

    Gostaria que, por gentileza, fosse colocado aqui na sua página os créditos ao meu blog pela tradução, como reconhecimento do meu trabalho.

    É o que considero justo.

    Obrigada,

    Wendy

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  3. Wendy estou retirando esses textos de um arquivo pdf que baixei há muito tempo de um blog que nem lembro mais o nome, no arquivo só tem o livro com as 80 páginas sem nenhum dado de quem traduziu, mais sé foi vc pode me enviar o link original que darei os devidos créditos :) me desculpa qualquer coisa :)

    Aguardo respostas :)

    Atenciosamente: Eduardo Machado :)

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  4. Wendy depois do seu comentario fui pequisar de quem é tradução é pertence a Daniel Jackson. Como vc pode ver a sua tradução que eu vi que está sendo publicado nos blog cartas para michal é diferente da dele então tarei os créditos ao Daniel Jackson.

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  5. Eduardo,

    Eu não posso te enviar o arquivo original de nenhum blog ou site, pois o meu arquivo original é o meu livro ORIGINAL Noonwalk que comprei. Foi dele que traduzi linha por linha para fazer meu trabalho.

    O livro Moonwalk não tem 80 páginas, ele tem 300 páginas, terminando com o posfácio da editora SHAYE AREHEART que conduziu todo o processo da publicação do livro em inglês.

    Obrigada.

    Wendy

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    1. Wendy como falei a tradução é diferente da sua como pude ver no seu blog pois vc esta fazendo uma tradução completa incluindo prosfácio da editora coisa que não tem nesse :) que o daniel fez :)

      A sua tradução não é igual a essa :)

      obrigado

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    2. Ok Eduardo.

      De minha parte, questão resolvida.

      Obrigada a você também.

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  6. Noossa! Quantas vezes eu agradecia a Daniel Jackson, mesmo sem conhecê-lo pessoalmente.
    Quase todos os vídeos de música ou entrevistas que eu via no youtube tinham uma tradução deste fã. Bendito Daniel Jackson! Sem ele, eu não sei como teria conhecido Michael Jackson quanto conheço hoje.
    Este sim, prestou valioso serviço a todos os que, como eu, tinham pressa em entender Michael sempre mais.
    Precisamos prestar mais atenção para os direitos autorais na Internet.
    Mas principalmente, precisamos prestar orientação e esclarecimento aos fãs.
    Todos são maravilhosos em seu amor por Michael e precisam do valioso apoio daqueles que tem maior experiencia.
    Esse é o maior exemplo de Michael: Compartilhar todo esse amor com o mundo.
    Acho que ele diria: "Deixai vir a mim todos os fãs" e "Ajudai uns aos outros a transmitir as minhas palavras".
    Que fofura ele, não? Sempre tão gentil!
    Parabéns pelo lindo blog azul. Tenho uma camiseta com essa mesma imagem de fundo.

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    1. CONCORDO COM VC SEE DANIEL É UMA PESSOA INCRIVÉL NÃO CONHECIA O TRABALHO DELE ATÉ POUCO TEMPO, EU ERREI MUITO DEVERIA TER ME INFORMADO MAIS SOBRE O FATO, MAIS GRAÇAS A DEUS DEU TUDO CERTO, JÁ CONVERSEI COM O DANIEL UMA PESSOA MARAVILHOSA COMO O MJ QUE ME TRATOU SUPER BEM É AUTORIZOU A REPROUÇÃO DO LIVRO AQUI NO BLOG :)

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  7. Adiei muitas vezes a idéia de criar meu blog por causa disso. Se vc for analisar, isso acontece muito com as pessoas no início. É acompanhando e torcendo por pessoas como vc que eu vou aprendendo também. As regras estão cada vez mais duras e às vezes absurdas.
    Gostaria que vc assistisse a um vídeo que foi postado por um fã e que vai lhe dar animo. Este eu queria ver se o Daniel traduziu, porque é show! Michael, além de lindo, mostra muita sabedoria e algum sarcasmo diante de uma investigação absurda. Me apaixonei pelos comentários dos fãs defendendo os direitos dele.Fui lendo e entendendo o que aconteceu.
    Nem vou copiar e colar o link. Mas digite no youtube MICHAEL JACKSON LEASING THE COWS FOR CASH!
    É hilário!

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