quarta-feira, 30 de maio de 2012

O peixe que estava com sede “Dancing the Dream” (1992)


Uma noite um filhote de peixe estava dormindo debaixo de um coral quando Deus apareceu para ele em um sonho. “Quero que você passe um recado a todos os peixes no mar”, disse Deus.

“O que devo dizer a eles?” perguntou o peixinho. “Somente diga que você está com sede”, respondeu Deus. “E veja o que eles fazem”. Depois, sem uma palavra, ele sumiu.

No dia seguinte, o peixinho acordou e lembrou seu sonho. “Que coisa estranha Deus quer que eu faça”, pensou. Mas assim que viu um grande atum nadando, o pequeno peixe disse: “Com licença, mas estou com sede”. “Então você deve ser tolo”, respondeu o atum, e com desdém foi embora.

O peixinho se sentiu um tanto tolo, mas cumpriu suas ordens. O próximo peixe que ele viu foi um tabarão sorrindo. Mantendo-se seguramente distante, o peixe berrou: “Com licença, estou com sede”. Então você deve estar louco”, disse o tubarão. Percebendo um pouco de fome no tubarão, o peixe fugiu rápido.

Durante o dia todo ele encontrou bacalhaus, peixes-espada e garopas, mas toda vez que ele dizia o que tinha de dizer, os peixes iam embora e não queriam conversar com ele. Sentindo-se um pouco confuso, o peixinho procurou o peixe mais esperto do mar, que por sinal era uma velha baleia azul, com três cicatrizes de arpões em suas costas.

“Com licença, etou com sede!” berrou o peixinho, imaginando se a baleia conseguia vê-lo, já que ele era tão pequeno. Mas o sábio parou em seu caminho. “Você viu Deus, não é?”, perguntou. “Como você sabia?”. “Porque eu já senti sede também”, a velha baleia riu.

O pequeno peixe sentiu-se surpreso. “Por favor me diga o que este recado de Deus quer dizer”, implorou. “Quer dizer que estamos procurando Ele nos lugares errados”, explicou a velha baleia. “Procuramos Deus para cima e para baixo, mas de alguma forma Ele não está lá. Então o culpamos e dizemos que Ele deve ter-nos esquecido.Ou concluímos que Ele foi embora há muito tempo – ou sequer tenha existido”.

“Que estranho”, disse o peixinho, “sentir falta do que está em todo o lugar”. “Muito estranho”, concordou a baleia. “Isso não te lembra de peixes que dizem que estão com sede?”.
MICHAEL JACKSON

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