Captain EO surgiu porque
os Estúdios Disney queria que eu inventasse um novo brinquedo para os parques.
Disseram que não se importavam com o que eu faria, contanto que fosse criativo.
Tive uma grande reunião com eles, e durante a tarde eu disse que Walt Disney
era um herói para mim e que eu era muito interessado em sua historia e
filosofia. Queria fazer algo que o próprio Sr. Disney aprovasse. Já li diversos
livros sobre Walt Disney e seu criativo império, e era importante pra mim fazer
as coisas do jeito que ele faria. Acabaram me pedindo pra fazer um filme e
concordei. Eu disse que gostaria de trabalhar com George Lucas e Steven
Spielberg. Porém Steven estava ocupado, por isso George trouxe Francis Ford
Coppola e assim inteiramos a equipe de Captain EO.
Eu voei até São
Francisco umas duas vezes pra visitar George em sua casa, o rancho Skywalker, e
eventualmente tivemos a idéia do cenário para o curta, que seria incorporar
cada avanço da tecnologia 3D. O publico que assistisse Captain EO ia se sentir
em uma espaçonave em movimento.
Captain EO é sobre
transformação e sobre como música pode ajudar a mudar o mundo. George inventou
o nome Captain EO. (EO em grego significa “Amanhecer.”) A história é sobre um
jovem que parte em uma missão por seu miserável planeta liderado por uma rainha
má. É-lhe confiado a responsabilidade de oferecer aos habitantes luz e beleza.
É uma grnade celebração do bom sobre o mal.
Eu também adoro ficar em
frente de uma câmera 35 mm. Lembro que meus irmãos diziam “Não vejo a hora
desta cena acabar.” E eu não entendia porque eles não gostavam. Eu observava,
tentava aprender, vendo o que o diretor queria, o que o responsável pela
iluminação estava fazendo. Queria saber de onde que a luz vinha e porque o
diretor repetia a mesma cena várias vezes. Eu gostava de ouvir as mudanças
feitas no roteiro. É tudo parte do que eu considero ser minha educação em
filmes. Ser pioneiro em certas idéias é tão excitante pra mim e a indústria
cinematográfica do momento parece estar sofrendo de falta de idéias; tanta
gente anda fazendo a mesma coisa. Os grandes estúdios me faziam lembrar do jeito
que a Motown agia quando a gente se desentendia com eles; queriam respostas
fáceis, queriam que seu pessoal apostasse na mesma fórmula assim, o público não
curtia. Tantos andam fazendo a mesma coisa batida. George Lucas e Steven
Spilberg são exceções.
Vou tentar fazer algumas
mudanças. Vou tentar mudar algumas coisas um dia. Marlon Brando se tornou um
grande amigo de confiança meu. Nem dá pra dizer o tanto que ele me ensinou. A
gente se sentava e conversava por horas. Ele me falou bastante sobre filmes. É
um ator extraordinário e trabalhou com tantos gigantes da indústria – de outro
atores até cameramen. Eles tem um respeito pelo valor artístico do ramo de
filmagem que me impressiona. Ele é com um pai pra mim.
FONTE: Texto retirado do livro Moonwalk
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